terça-feira, 22 de março de 2011

Coincidências distantes


Em forma de magia parecemos ser o mesmo ,
E estás do lado oposto  do dia como num reflexo em imagem .
A luz do sol permanecendo na lua , numa passagem de inversos .
No tocante de uma proximidade distante , os dois em um só .

Meu silêncio tem como eco a sua voz ,
E minha voz tem como eco o seu silêncio ...
Volto a dizer magia , porém não é das magias fantasiosas . 
Só digo magia , por ser tão impossível a definição .

A sua presença é minha ausência , me esvazio de mim .
A minha presença é sua ausência , se esvazia de si . 
Como se um completasse ao outro mesmo sem se completar .
Quando não estou presente , você , mulher amada surge em pensamento ,
E quando eu estou presente , você desaparece restando somente o meu alegrar de antes ter pensado em ti .

Nosso abraço é um abraço que não se deixa abraçar .
Carinho de corpos distantes que não se deixam acariciar .
Beijos de quem tem paixão , paixão de lábios que não se tocam ,
Mas que têm sede do mesmo amor , do mesmo abrigo .

Corações em batidas contrárias que se amam e que querem 
Se encontrar mesmo no desencontro de coincidências distantes 
Como a da luz do sol a refletir no brilho da lua .

(Eber Vasconcelos) 



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