terça-feira, 9 de novembro de 2010

Homens,macacos e um anjo

A tarde era um calor estranho,daqueles que lhe deixa tonto.O suor nos rostos,uns avermelhados outros nem tanto,mas todos eles,os rostos,contemplando um espetáculo:"Homens,macacos e um anjo".O "espetáculo" era só uma forma tola de se definir essa obra teatral pobre.
Comecemos assim: Cenário empoeirado,velho,onde vários outros "espetáculos" aconteceram,vamos chamar isso de "mundo".Tanto as peças teatrais mais bem humoradas,passando pelas drásticas,clássicas,e tantas outras se passaram nesse mesmo lugar.E nenhuma delas fez brilhar esse teatro chamado "A arte".
Iluminação é daquelas que traz dores de cabeça intermináveis.Todos ficavam lacrimosos não importando qual fosse o gênero,se terror,se romance ou comédia.A luz ao excesso incomoda,ninguém diz aos responsáveis pela iluminação que "A arte" precisa ter sua luz devidamente regulada para que os espectadores vejam e reconheçam o que vêem?
Os personagens eram: um autor vagabundo,uma anarquista revoltada,um religioso de "folga",um poeta,um diretor desorientado e uma prostituta.
Falemos pouco sobre essa peça...
Os homens viviam em jaulas de ouro que de tão puro achava-se que era "divino".Eles eram: o religioso,que prometia o céu; a prostituta,que prometia o inferno; e anarquista,que prometia liberdade de céu e inferno.Todos enjaulados pelo divino.Todos presos à suas ideias,todos presos aos seus "paraísos".
Os macacos eram "interpretados" por um autor vagabundo,escrevia peças fazendo recortes de notícias de jornal e um diretor desorientado que atropelava começo,meio e fim nas cenas.Eram macacos...animais em plena liberdade,pois ao contrário dos homens não sabiam o que era céu ou inferno.No caso do autor,ele recortava a realidade,como conhecê-la por inteiro? O diretor desorientado nunca soube o que era ordem,por que ele iria querer liberdade?
O anjo era um poeta tão distante que chegava a ser solitário.Ele era um pouco,ou muito,de todos esses personagens anteriores.As influências deles tendiam ora para o animal instintivo,ora para o homem racional.Mas ele não vivia no "mundo",vivia no paraíso.
Nem começo,nem meio,nem fim.A peça foi uma confusão.O mundo era dos macacos,a jaula dos homens e o paraíso do poeta.O inferno era quando as luzes se apagavam,todos espectadores pensavam: -Amanhã tudo outra vez.(Eber Vasconcelos)

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